NOVA TÉCNICA DE EXTRAÇÃO DE URÂNIO DO MAR PROMETE ENERGIA ETERNA À HUMANIDADE

NOVA TÉCNICA DE EXTRAÇÃO DE URÂNIO DO MAR PROMETE ENERGIA ETERNA À HUMANIDADE

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A humanidade corre atrás do Santo Graal da energia, a energia eterna e sustentável. Por isso, há um esforço mundial para uma menor dependência de combustíveis fósseis e mais pesquisas de energias alternativas, menos poluidoras e mais seguras.

Se a energia solar é a resposta à procura por energia ecológica, a energia nuclear é a resposta às necessidades de energia eterna, mas os processos atuais são altamente comprometedores para o ambiente e a vida. Contudo, há novidades nesta área que podem ser um começo para uma revolução energética. Uma delas é a extração de urânio do mar.

O Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico (PNNL) nos EUA, em associação com a LCW Supercritical Technologies, na Rússia, fez um importante avanço para a indústria nuclear. Os cientistas conseguiram extrair 5 gramas de urânio em pó (chamado de yellowcake, que é o óxido de urânio) da água do mar. O novo processo utiliza fibras acrílicas de baixo custo, reutilizáveis ​​e pode, um dia, tornar a energia nuclear efetivamente ilimitada.

Um mar de urânio

Além de sal, um litro de água do mar também contém sulfatos, magnésio, potássio, brometo, flúor, ouro e urânio. Em termos de proporções e quantidades, a verdade é que há muito pouco de urânio: cerca de 3 microgramas por litro.

Porém, quando consideramos como o oceano é grande, o número torna-se 500 vezes maior do que poderia ser extraído em terra – são 4 bilhões de toneladas de urânio, o suficiente para operar mil reatores de fissão nuclear de 1 gigawatt durante 100 mil anos.

Extração

Os números de fato mostram algo que daria para “fabricar” energia praticamente infinita, mas há um grande problema: como extrair o urânio da água do mar?

Uma abordagem desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa de Energia Atômica do Japão utilizou esteiras de polímero que retém os átomos de urânio da água, mas a técnica se mostrou extremamente cara. Mais tarde, o Laboratório Nacional Oak Ridge, nos EUA, desenvolveu um processo com polímeros mais baratos, chamados de polímeros de doping com amidoxima. Essa técnica se mostrou mais promissora e o grupo de pesquisa deu um passo adiante, utilizando fios acrílicos comuns convertendo-os em um adsorvente de urânio.

Materiais reutilizáveis

Os detalhes exatos do processo não foram divulgados, mas o PNNL informou que a amostra de ‘yellowcake’ mostra que a técnica não apenas funciona, mas que o acrílico pode ser limpo e reutilizado. Além disso, a técnica pode até mesmo usar fibras residuais para uma maior economia de custos e essa análise mostra que a extração de água do mar pode ser competitiva com a mineração a preços atuais.

Para experimentar a tecnologia desenvolvida, os cientistas colocaram os fios de acrílico em tanques com água do mar. À medida que a água fluía, as fibras extraíam o urânio, ligando-o quimicamente a uma molécula. Após o processamento, o resultado foi 5 gramas de óxido de urânio (yellowcake).

Para cada teste, colocamos cerca de 1 kg de fibra no tanque durante cerca de um mês e bombeamos rapidamente a água do mar, imitando as condições do oceano aberto. Desses três primeiros testes, conseguimos cerca de cinco gramas. Pode não parecer muito, mas [o processo] pode ser aumentado”, explicou Gary Gill, investigador do PNNL.

O urânio dissolvido na água do mar está em um estado de pseudo-equilíbrio. Isto significa que, enquanto permanecer no nível atual, não será mais absorvido pelas rochas que formam o fundo do mar. Se a extração em larga escala fosse implementada ao longo de milhares de anos, essa concentração cairia e mais urânio seria liberado das rochas.

Isso é um potencial de 100 trilhões de toneladas ou o suficiente para satisfazer as necessidades de energia da Terra para o próximo bilhão de anos.

Outras utilidades da técnica

Além da extração de urânio, o PNNL diz que a técnica também pode ser usada para limpar cursos de água contaminados por metais pesados. Enquanto isso, a LCW está buscando licenciar a técnica e está buscando financiamento para testes em larga escala nas águas quentes do Golfo do México.

O vídeo abaixo mostra o recente teste de tanque do PNNL:

Meio Info / New Atlas / Ppware

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