É difícil imaginar algo ainda vivo que nasceu em 1505. Apenas cinco anos antes, o Brasil estava sendo “descoberto” pelo português Pedro Alvares Cabral… ou seja, há muito tempo.
Mas é exatamente isso que os cientistas acreditam ter encontrado na forma de um grande tubarão, nadando nas águas geladas da Groenlândia, no Oceano Ártico. Eles estimam que o tubarão tenha em torno de 512 anos, o que o tornaria o vertebrado vivo mais antigo do mundo.
Os tubarões da Gronelândia são conhecidos por viver centenas de anos e passam a maior parte de suas vidas nadando em busca de um companheiro. Eles também crescem a uma taxa de um centímetro por ano, permitindo que os cientistas determinem sua idade medindo seu tamanho.
Este tubarão particular, um dos 28 tubarões da Gronelândia a serem analisados pelos cientistas, mede cerca de 5,5 metros de comprimento e pesa mais de uma tonelada, o que significa que poderia estar em qualquer lugar entre 272 e 512 anos. A idade potencial do tubarão foi revelada em um estudo numa revista científica, de acordo com o jornal The Sun.
Se os cientistas realmente acertaram a idade do tubarão, então esse animal teria vivido durante grandes eventos históricos, como a fundação dos EUA, a Revolução Industrial e as duas guerras mundiais.
Os tubarões da Gronelândia comem principalmente peixe, mas nunca foram observados em caça. O animal é uma iguaria na culinária da Noruega, mas sua carne é venenosa e pode causar sérios problemas se não for manejada adequadamente antes de ingerir.
Devido à sua longevidade, os pesquisadores da Noruega acreditam que os ossos e tecidos desses tubarões podem nos dar uma ideia do impacto das mudanças climáticas e da poluição durante um longo período de história.
Pesquisadores da Universidade do Ártico, na Noruega, estão mapeando o DNA do animal, observando seus genes para aprender mais sobre o que determina a expectativa de vida em diferentes espécies, inclusive humanos.
Como muitos dos tubarões antecedem a Revolução Industrial e a pesca comercial em larga escala, eles até foram chamados de “cápsulas do tempo da vida” que poderiam ajudar a esclarecer o impacto humano nos oceanos.
As espécies de vertebrados vivos mais antigos do planeta formaram várias populações no Oceano Atlântico. É importante saber disso para que possamos desenvolver ações de conservação apropriadas para essa importante espécie”, disse o professor Kim Praebel em um simpósio organizado pela Fisheries Society of the British Isles.