MILHO TRANSGÊNICO É SEGURO E BOM PARA SAÚDE, AFIRMA NOVO ESTUDO COM 20 ANOS DE DADOS

MILHO TRANSGÊNICO É SEGURO E BOM PARA SAÚDE, AFIRMA NOVO ESTUDO COM 20 ANOS DE DADOS

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Uma equipe de cientistas da Itália realizou uma meta-análise com mais de 6 mil estudos revisados por pares (de 1996 a 2016) e descobriu que o milho transgênico possui diversas vantagens sobre as variedades convencionais e é seguro, ao contrário do que dizem os defensores de alimentos orgânicos.

O milho transgênico aumentou os rendimentos de agricultores em até 25% (variando de 5,6 a 24,5% nos países com culturas) e diminuiu drasticamente os contaminantes perigosos do alimento.

A análise incluiu dados desde 1996, quando o primeiro milho transgênico foi plantado, até 2016 nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, Ásia, África e Austrália.

Distribuição mundial dos estudos de campo relatados nos artigos selecionados para a meta-análise. A área de cultivo de milho GE por país em 2016 é indicada no mapa. Imagem: Nature.

O estudo também reafirmou o consenso científico de que o milho geneticamente modificado não representa riscos para a saúde humana. Pelo contrário, pode até ter benefícios.

Por exemplo, as culturas de milho transgênico apresentaram percentagens mais baixas de micotoxinas (-28,8%), fumonisinas (-30,6%) e tricotecenos (-36,5%) em comparação ao milho convencional.

As micotoxinas são tóxicas e cancerígenas. O milho transgênico provavelmente apresenta menor teor porque as variedades geneticamente modificadas diminuem o dano causado por insetos em 59,6%. Esse dano enfraquece o “sistema imunológico” da planta, deixando-a mais suscetível ao desenvolvimento de fungos.

As micotoxinas são uma ameaça persistente para a saúde humana e animal. Embora o milho comercial seja analisado para identificar contaminação, os sistemas de segurança alimentar geralmente não são tão rigorosos, resultando na exposição significativa aos efeitos tóxicos e cancerígenos. Vários estudos têm demonstrado que a contaminação por micotoxinas está associada ao aumento da taxa de câncer de fígado, por exemplo.

A meta-análise italiana também marca o que poderia ser um capítulo final em outra face do debate sobre o uso de transgênicos na agricultura.

O argumento de que as culturas transgênicas não resultam em aumentos de rendimento recebeu bastante atenção, após um artigo sobre o assunto ter sido publicado na capa no New York Times, um jornal de grande influência não só nos EUA, mas no mundo.

O artigo citava um relatório das Academias Nacionais de Ciências dos EUA e afirmava que “existiam poucas provas” de que a introdução de culturas geneticamente modificadas nos Estados Unidos produzisse lucros além dos observados em culturas convencionais.

No entanto, as informações tinham sido tiradas do contexto. O relatório americano apenas afirmava o óbvio: nenhuma cultura transgênica foi projetada especificamente para aumentar os rendimentos, mas sim para combater as perdas causadas por ervas daninhas e insetos, o que, aliás, teve um impacto positivo óbvio na rentabilidade das culturas.

A notícia do New York Times também deixou de fora a informação de que o rendimento e os ganhos de lucro foram maiores nos países em desenvolvimento.

Uma revisão feita em 2015 pela PG Economics descobriu que as culturas transgênicas proporcionaram benefícios econômicos de 133,4 bilhões de dólares entre 1996 a 2013, com cerca de metade dos ganhos pertencentes a agricultores de países em desenvolvimento.

De acordo com o estudo italiano, mais de 53 milhões de hectares de milho geneticamente modificado foram cultivados em 2015, representando quase um terço da área global de milho plantado. Os Estados Unidos lideram a produção com 33 milhões de hectares, em seguida vem o Brasil, a Argentina e o Canadá.

Enquanto os aumentos de rendimentos foram mais modestos em países desenvolvidos onde as condições de crescimento são piores, o aumento do cultivo de milho transgênico nos países em desenvolvimento pode proporcionar aos agricultores e consumidores benefícios substanciais para a saúde e economia, conclui a meta-análise italiana.

O estudo foi publicado na Revista Científica Nature neste link.

Meio Info / Genetic Literacy Project

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