O Instituto Trata Brasil, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do Brasil, geralmente mostra as falhas sistêmicas de saneamento básico pelo país, trabalhando também na conscientização da sociedade como um todo, para que os cidadãos de todo país tenham direito ao saneamento básico funcional.
Porém, além de cobrar dos poderes políticos ações de melhoria, o Instituto resolveu também criar a iniciativa de destacar exemplos positivos de gestão em saneamento básico, visando reconhecer os esforços das cidades que vem investindo continuamente para garantir esses serviços básicos a sua população, garantindo a melhoria de sua qualidade de vida.
O Trata Brasil quer assim, incentivar outros prefeitos a seguir em frente até a universalização do saneamento básico no Brasil. A divulgação destes casos positivos pelo Trata Brasil será permanente, então novas cidades entrarão neste mapeamento, que estará disponível no site oficial do mesmo. Ainda de acordo com o Instituto, todos os municípios podem enviar informações que possam mostrar oficialmente que eles estão universalizados ou muito próximos dos 100% em água tratada, coleta e tratamento dos esgotos.
Os dados coletados dos municípios são referentes ao período de 2008 a 2013. Foram considerados indicadores cruciais (em %) como: Atendimento total de água; Atendimento total de esgoto; Esgoto Tratado por água consumida. Além disso, o Instituto realizou entrevistas com os responsáveis pelas agências de gestão do saneamento básico dos respectivos municípios para saber mais sobre quais foram os esforços necessários para melhoria dos parâmetros de saneamento, fatores mais importantes para os avanços e quanto foi investido no sistema.
Abaixo está a lista das cidades (por ordem alfabética) que se destacam por serem exemplos positivos de gestão em saneamento básico:
Cascavel (Paraná)
Cascavel aparece na 11ª posição no ranking nacional do saneamento básico de 2015, e é uma das cidades com maior evolução no período de um ano. No ranking de 2014, a cidade estava na posição 27.
O abastecimento de água na cidade chega a 98,47% da população. O município realiza coleta de esgoto de 77,8% de seus habitantes e 77,82% é tratado. A empresa responsável pelo saneamento é a Sanepar, o último dado de investimento do município para serviços de água e esgoto (2013) foi de R$ 31 milhões.
Curitiba (Paraná)
Curitiba, no Paraná, tem os melhores índices de coleta de esgoto e abastecimento de água dentre as capitais do país. Desde 2010, 100% de sua população tem atendimento de água. No ranking de 2015, a cidade ficou na 5ª posição.
Os indicadores de Curitiba melhoram ano após ano. Em 2013, 95,51% de seu esgoto era coletado. Atualmente, este índice é de 99%. O tratamento de esgoto chega a 88,44%.
O índice de perdas na distribuição de água de Curitiba é de 39,29%, relativamente alto, mas que vem diminuindo. Segundo dados de 2011, o índice era de 39,75%.
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) é a responsável pelo saneamento básico do município, e, em junho deste ano, o último dado de investimento do município para serviços de água e esgoto (2013) foi de R$ 27,6 milhões.
Franca (São Paulo)
Por dois anos consecutivos, a cidade de Franca, no interior de São Paulo, ocupa a primeira colocação do Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil. Os avanços nos serviços de água e esgoto no município paulista refletem na política de longo prazo desenvolvida por diferentes gestores municipais que ali passaram e entenderam que o saneamento básico é um direito básico a todo o cidadão.
Jundiaí (São Paulo)
Figurando sempre as 15 melhores do Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, o município de Jundiaí, interior de São Paulo, ano a ano mostra evolução nos indicadores de coleta e tratamento dos esgotos. De acordo com o próprio município, Jundiaí já figurava como uma das cidades mais importantes do saneamento básico desde o século 19. Atualmente, a cidade paulista já figura como uma referência no tratamento dos esgotos, com quase 100% tratado.
Londrina (Paraná)
Londrina é a segunda maior cidade do Paraná e vem se destacando no saneamento básico: no ranking de 2015, ocupa a 4ª posição, uma evolução expressiva em comparação ao ano passado, quando estava na 13ª posição.
Na cidade, 100% da população tem abastecimento de água. A coleta de esgoto ocorre para 97,6% dos moradores e a taxa de tratamento de esgoto é de 85,99%. Isso porque a cidade tem altos investimentos no setor, o último dado apontado no município para serviços de água e esgoto (2013) foi de R$ 91 milhões.
Maringá (Paraná)
Maringá, terceira maior cidade do Paraná, com mais de 391 mil habitantes, há dois anos ocupa o posto de segunda melhor cidade no ranking nacional de saneamento básico. Desde 2011, a cidade tem abastecimento de água para 100% da população. O tratamento de esgoto tem melhorado a cada ano: em 2012, 92,7% de seu esgoto era tratado, enquanto em 2013, o índice subiu para 93,58%.
Maringá também evoluiu no quesito de perdas na distribuição de água: enquanto no ranking divulgado em 2014, o índice de perdas era de 24,11%, no ranking de 2015 a cidade aparece com 22,53% de perdas. Houve uma pequena queda, porém, na coleta de esgoto. Enquanto em 2012 o índice era de 96,19% da população com coleta, no ano seguinte o índice passou para 95,2%.
Niterói (Rio de Janeiro)
Niterói tem índices de saneamento básico que melhoram a cada ano. Enquanto no ranking de 2014 ocupava a 14ª posição do ranking das 100 melhores cidades em saneamento básico do país, em 2015 ficou em 6º lugar. O abastecimento de água ocorre para 100% da população da cidade, e 92,8% da população tem coleta e tratamento de esgoto.
Um ponto de destaque é que as perdas no abastecimento de água têm diminuído ano após ano, e os dados mais recentes (SNIS 2013) apontam perdas de 26,55%. No ranking de 2014 (SNIS 2012), Niterói desperdiçava 27,82% de sua água antes de chegar ao consumidor, e no de 2013 (SNIS 2011), 28,09%.
Santos (São Paulo)
Santos é um dos maiores municípios brasileiros que apresentam dados de saneamento satisfatórios por anos. Desde o início da elaboração do Ranking do Instituto Trata Brasil, em 2009, a cidade do litoral paulista figura nas primeiras posições. Nas primeiras edições, Santos chegou a estar na 1ª colocação; com o passar dos anos e a evolução de outros municípios brasileiros, a cidade não ficou mais entre as 3 primeiras, mas ainda é um caso a ser exaltado por manter indicadores altos de saneamento básico.
São José do Rio Preto (São Paulo)
São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, é uma das poucas cidades do estado paulista que avança no saneamento há pelo menos cinco anos. Atendendo quase 94% da população com acesso à coleta de esgoto e tratando mais de 93% dos esgotos, o município ocupa a 13ª do Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil de 2015.
São José dos Campos (São Paulo)
São José dos Campos é uma das cidades com melhor índice de saneamento básico do Brasil, na 17ª posição no ranking de 2015. A cidade possui 100% de atendimento de água, índice com boa evolução ao longo dos anos, já que em 2009 era de 95%. Além disso, 96,1% das residências têm esgoto coletado e 69,24% do esgoto é tratado.Apesar de ter caído algumas posições em relação ao ano passado, a cidade ainda está entre as melhores do país.
Taubaté (São Paulo)
Taubaté também está evoluindo ano após ano no saneamento básico. No ranking de 2013, a cidade ocupava a 16ª posição no ranking do saneamento, e no ranking deste ano já está em 10º lugar. O abastecimento de água no município é de 100%. Já o indicador de atendimento de coleta de esgoto é de 96,6%, e, do esgoto coletado, 69,79% é tratado.
O indicador que merece maior destaque é o de perdas na distribuição de água, já que as melhoras são expressivas. No ranking atual, 34,43% da água é perdida, enquanto no ranking de 2014 havia perda de 42,25%.
Uberlândia (Minas Gerais)
Uberlândia, uma das cidades mais importantes do triângulo mineiro, há anos aparece entre as 10 primeiras cidades no ranking do saneamento básico. Em 2013, por exemplo, figurou como a 1ª colocada. Atualmente, o índice de coleta de esgoto na cidade é de 97,2%; 92,89% é tratado. Este é o quesito com maior evolução em comparação a rankings anteriores: em 2013, 79,07% do esgoto era tratado e em 2014, 82,37%.
O abastecimento de água na cidade ocorre para 100% da população. As perdas durante a distribuição de água em Uberlândia diminuíram do ranking do ano anterior para este, com índices de 29,24% e 28,89%, respectivamente.
- O Ranking de Saneamento Básico das 100 maiores cidades do Brasil está disponível neste link.
- O Relatório Completo 2015 sobre este Ranking está disponível neste link.
Para mais informações sobre o Instituto Trata Brasil, acesse www.tratabrasil.org.br
Achei curioso São José do Rio Preto estar nesse ranking devido ao teor de arsênio existente na água do seus poços artesianos.
Apesar de terem adotado um sistema de tratamento para esse problema, ele parece ter ficado restrito a somente alguns poucos poços da cidade.
Essa situação foi resolvida definitivamente com a adoção nos demais poços que alimentam a cidade?
Vale lembrar que sempre recomendo a pais que tem filhos que se mudaram para esse município para estudar, a somente consumirem água mineral.
Olá Luiz Roberto, tudo bem?
Pois é, infelizmente não saberia te responder sobre isso, pois usamos informações do próprio Instituto Trata Brasil. Acho que eles podem responder melhor a você sobre isso.
Grande abraço e obrigado pelo comentário.