Cerca de 238 mil automóveis a diesel da Daimler (dona da Mercedes-Benz), deverão ser recolhidos só na Alemanha, e em toda a Europa serão 774 mil. A retirada de circulação foi anunciada na segunda-feira passada (11/06) pelo ministro dos Transportes Andreas Scheuer. A medida foi necessária devido à constatação de “dispositivos manipuladores” ilegais que escondem altos níveis de emissões nocivas dos testes reguladores.
O governo vai ordenar um recall oficial imediato devido a dispositivos ilegais”, disse Scheuer em comunicado, após se reunir com o chefe da companhia, Dieter Zetsche, para tratar das irregularidades nas emissões dos veículos da empresa.
A Daimler diz que os aplicativos no software de controle dos motores, em que o governo federal encontrou falhas, serão removidos o mais breve possível e em cooperação transparente com as autoridades”, acrescentou o ministro.
A Daimler e outros fabricantes de carros, usa nitrato de ureia para neutralizar as emissões de óxido de nitrogênio nos gases de escapamento e também o software que deveria gerenciar a filtragem de emissões e o desempenho do motor. Porém, a KBA – autoridade de veículos automotivos da Alemanha, questionou os recursos de controle de emissões em meio a suspeitas de que eles permitem que os veículos emitam excesso de poluição.
A medida afeta principalmente versões movidas a diesel GLC 4×4 e sedan de classe C, além das vans Vito, já recolhidas.
Esses dispositivos manipuladores estiveram no centro do escândalo “Dieselgate” da Volkswagen. Em setembro de 2015 a Volkswagen admitiu o uso do software em 11 milhões de veículos em todo mundo.
Até agora, o escândalo já custou à empresa mais de 25 bilhões de euros (cerca de US$ 30 Bilhões) em multas, recompras, compensações e outros custos, além de ter colocado sob investigação altos executivos da montadora, sob suspeita de participação na fraude.
Klaus Mueller, chefe da Federação de Consumidores da Alemanha (VZBV), está pressionando o ministro dos Transportes para que todos os responsáveis pelo escândalo sejam punidos:
Sua credibilidade exigiria “grande pedágio” se ele não conseguisse responsabilizar os fabricantes[…] O ministro tem que encontrar respostas rápidas para isso”, afirmou Mueller ao jornal alemão Rheinische Post.